Sempre tem um motivo por trás do choro. E quer saber? Normalmente nem é aquele aparente.

Chora porque cortamos a fruta de um jeito que não deveríamos, chora porque a roupa não está do jeito que queria, chora porque sentamos do lado “ errado” no sofá.

Aqueles choros que normalmente achamos que estão sendo colocados pra fora por nada, por birra ou por qualquer outra coisa, normalmente é um choro engasgado. Uma angústia de antes, uma insegurança que vem acompanhando, uma tristeza escondida.

Sabe aquela coisa de termos que aprender a lidar com os nossos sentimentos mesmo adultos? Crianças têm muito menos maturidade e ferramentas para lidarem com essas emoções.

Se aquele choro não cessa, pode ser que um abraço ajude. Se aquela irritação não para, pode ser que um olho no olho melhore. Se aquela raiva está custando pra passar, pode ser que escutar amenize.

Ouço falarem que sou calma e tenho muita paciência com as crianças. Mas não é sobre conseguir contar até 10, respirar fundo e controlar nossa irritação. Aliás, acho isso bem difícil de ser feito.

É sobre ouvir, entender o que está acontecendo com eles, se colocar no lugar de verdade. Se tem uma coisa que aprendi nessa maternidade foi ter empatia.

Quando me coloco no lugar deles, consigo imaginar o quão irritante está sendo aquilo, o quanto está atingindo minha filha aquela coisa que parece ser tão boba. Penso que pode ser a última gota do copo que transbordou, a ponta de um iceberg de sentimentos que está dentro dela.

Se é apenas a ponta, vamos dar um mergulho e tentar olhar por baixo pra entender o que desencadeou aquilo: cansaço, ciúmes, insegurança, saudades?

Sempre tem um motivo. Sempre tem.