Quando você vira mãe, dificilmente volta a dormir como antes. Sei que você já deve ter ouvido muito: “aproveita para dormir tudo agora, porque depois não consegue mais”, como se tivéssemos uma reserva de sono para irmos guardando todas as horas que dormimos a mais antes de o bebê nascer.

Eu sempre fui dessas pessoas que precisam dormir 9 horas por noite para acordar plena. De fim de semana, eu dormia de 12 a 14 horas antes da minha primeira filha nascer. Pois bem… imagine o meu sofrimento ao ter que acordar por 3 meses de 40 em 40 minutos e ter que ficar levantando de madrugada cerca de 7 vezes por noite até a filha completar 2 anos.

Eu só aguentei porque achava que não iria durar muito, que em um mês tudo se resolveria. Tentei banho quentinho antes de dormir, camomila na banheira, luz baixa na casa inteira ao anoitecer, cheirinho de lavanda no quarto e tudo o que você pode imaginar. Se uma noite ela emendava umas 3 horas seguidas, eu já queria repetir exatamente igual no dia seguinte para ver se dava certo. Mas claro que nunca deu.

Sofri com sono. Foi o que mais me deixou exausta em toda a maternidade. Até porque, quando a minha mais velha estava com um ano e meio (e ainda acordava bastante à noite), nasceu a minha segunda filha. Mais uma vez com uma recém-nascida em casa. Mas acredite ou não, essa só acordava duas vezes por noite. Que bênção! E dois anos depois, meu terceiro filho, que acordava pouco, mas nas vezes que acordava, chegava a demorar até três horas para dormir.

Sim, por aqui já passaram todos os tipos de bebês: a que acorda inúmeras vezes e volta a dormir logo, a que dorme bem (comparada aos outros) e o que acorda poucas vezes, mas demora séculos para voltar a dormir.

O que eu quero não é te desencorajar a ter filho, mas te dizer que sim, é possível você ter filhos que acordam demais e te deixem exausta no dia seguinte. Aliás, privação de sono é um tipo de tortura. No dia seguinte você não consegue nem pensar direito, fica irritada, com mudanças de humor surreais. E tem gente que exige uma mãe no pós-parto sorridente, simpática e agradecendo aos Deuses (até de madrugada) por ter tido um filho tão fofo.

Mas, apesar de tudo isso, quero que saibam: é normal. Não há milagres, há formas de talvez amenizar e acalmar o bebê, como rotininha à risca, banho quentinho, lavanda e camomila. Mas nada é garantido, amores. Bebês estão se acostumando a viver nesse mundão fora da nossa barriga, bebês se sentem inseguros, sentem fome, frio, desconfortos que você nunca vai descobrir.

O negócio é respeitar fundo, saber que um dia vai passar e acolher aquela criança que se acorda e chora, está precisando de você para atendê-la, acolhê-la e entendê-la. Um dia passa. Eu garanto. Enquanto isso, força aí!