Ter autoridade é diferente de ser autoritário. Precisamos sim ter autoridade com nossas crianças, precisamos ensiná-las, dar-lhes limites. Mas esse ensinamento pode ser com muito respeito e amor.
Isso quer dizer que não vai ser firme quando tiver que ser? Não.
Ter respeito pela criança é também ensiná-la o que é certo e errado, é dizer não quando necessário (e sem banalizar esta palavra), é fazer isso de forma firme, porém sem ser violento nas palavras e nas atitudes.
Não precisa bater para ensinar nada. Aliás, bater não gera respeito. Gera medo! E uma relação à base do medo não é saudável nem duradoura. Podemos ensinar as crianças explicando os motivos, os perigos e a importância daquilo, construindo uma consciência e um vínculo com respeito.
Podemos e devemos ter autoridade, mas sem “palmadinhas” ou comunicação violenta. E o caminho para essa educação não violenta passa pelo autoconhecimento, em entender o que te incomoda e porque te incomoda. Saber porque é que você perde a cabeça sempre naqueles momentos e o que isso significa para você. Quando entendemos também que seguimos padrões que nos foram ensinados, que repetimos as mesmas coisas que fizeram conosco, começamos a perceber como podemos mudar.
É fácil? Não. Às vezes haverão deslizes, um grito de exaustão descontado na criança (porque sim, nossas atitudes dizem muito mais sobre nós do que sobre o que a criança fez). Mas quando isso acontecer, é hora de refletir novamente e aprender um pouco mais sobre você.
Podemos pedir desculpas sem peso na consciência, porque não é errado mostrar nosso lado humano para os nossos filhos. Muito pelo contrário. Nesse processo, já ensinamos sobre se desculpar, além de apresentar a eles os pais que somos, humanos, em constante aprendizagem. Ninguém é perfeito, nem mesmo nós.
Educar sem violência é ensinar sem agredir, seja fisicamente, verbalmente ou psicologicamente. É ter autoridade sem ser autoritário. É ensinar respeitando, enxergando, ouvindo e com empatia. É criar um vínculo de verdade, com respeito.
E é a forma mais eficaz de se educar, criando seres mais autônomos, confiantes e seguros de si. Essa educação permeia toda a infância, em vários momentos, não apenas na hora de ensinar ou ser firme, mas também no dia a dia, em uma conversa ou no momento da brincadeira.
Foto: Lela Beltrão