🤦🏻‍♀️ “Você já cresceu e nem vai mais chorar, né?”
🤦🏻‍♀️ “Você é um menino forte, por isso nem chorou!”
🤦🏻‍♀️ “Parabéns! Você não chorou dessa vez!”
🤦🏻‍♀️ “Ah… que coisa feia! Tá chorando de novo?”
🤦🏻‍♀️ “Olha pro lado! Só tem você chorando aqui!”
🤦🏻‍♀️ “Uma menina tão linda e chorando assim?”
🤦🏻‍♀️”Ah, que feio você chorando!”

Cada vez que ouço essas frases, meu coração aperta um tanto. Cada vez que ouço um adulto dizer essas palavras, minha vontade é de ir lá, abraçar a criança e dizer que está tudo bem chorar.

Porque sim! Está tudo bem chorar. Para mim tem sido uma desconstrução olhar para um choro meu e me acolher, sentir o porque daquela dor, chorar sem culpa e sem me sentir fraca.

A gente cresce ouvindo tanto para parar de chorar que uma hora obedecemos. Depois, ficamos tentando resolver em terapia todo aquele sentimento que não estamos sabendo lidar.

Recentemente ouvi algumas dessas frases ditas pros meus filhos. Eu simplesmente sorrio e digo para pessoa e para minha cria: “Está tudo bem. Pode chorar. Até eu adulta choro!”

É mais sobre conversar, sobre como resolver aquele problema, do que querer que o choro cesse.

Meninos são ainda mais vítimas dessa proibição do choro: “meninos não choram”, “você já é um rapazinho”, como se chorar fosse coisa de bebê ou de menina.

Somos humanos, com sentimentos. E todos esses sentimentos nos tocam, nos emocionam de alguma forma. Cada vez que deixamos de senti-lo, vamos deixando de ser um pouco humanos.

Chore sim! Coloque para fora o que não te faz bem, veja as lágrimas como um aviso para olhar para algo que não está sendo olhado.

E quando for uma criança chorando, valide seus sentimentos ao invés de anulá-los.

Por aqui homens choram sim. Meninos, meninas, adultos e crianças.

Chorar não é sinal de fraqueza. Muito pelo contrário. Nessa sociedade em que o choro é tão proibido, chorar é força.

(Tem um livro infantil lindo sobre isso para ler para sua cria. Chama “Menino Nito” e a gente já contou no podcast @vemouviressahistoria ! É o episódio 60 e fala sobre segurar o choro e “desachorar”. Coisa mais linda.)